segunda-feira, junho 06, 2005

No outro dia sonhei que não sonhava, parecia um pesadelo
Um sonho tão estranho que eu não consigo esquecê-lo
As minhas mãos já não tocavam, em vão procuravam
Os olhos não viam enquanto memórias se apagavam
Meu corpo sentia que a mente perdia toda a força
Compreendia agora que a morte seria a minha esposa
Temia e combatia ainda o estado em que estava
Restava na alma a esperança que o coração não bombeava
Gelava na veia, que me apertava sangue que se cansa
De dentro para fora, um arrepio frio avança
E pára tudo, para, numa calma celestial
Já não há capacidade de lembrar o trauma inicial
Já não há vontade, já não se é, deixa-se de ser
Assim contado ainda é mais dificil de entender
Talvez seja melhor, porque é sordido ou mórbido
Pois depois não faz sentido procurar um antidoto
Ou a fórmula de voltar pa trás, se alguém disso for capaz
Nada se pode fazer, enquanto se viver nada se faz
Tudo isto pensei cortar, encharcado em suor
Não esquecerei o que sonhei, estas palavras sei de cor
Espero e por onde espero, vou contando tudo
Até um dia em que a noite trará o eterno escuro
Hoje já não durmo, aguento, amanha descanso
Evito, vejo, não repito este sonho intenso
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